domingo, 4 de janeiro de 2009

Rosas ao rosto






A solidão que sentia não era mais a mesma
Era doída... dilacerante.
Há muito deixara de ser saudosa.
Estava sórdida.
Saudade.
As paredes fabricadas de sonhos
Cresciam empoeiradas e sombrias
Não se via mais luz
Agora estava escuro, vazio.
Da cama escorria para a janela
E o que via era menos que paisagem
Via um ar gelado batendo-lhe a cara
Um crepúsculo lilás, fúnebre
E o sol que antes refletia seus cabelos
Agora estava frio, quase úmido
Como seus olhos cheios de lágrimas.
De música não se lembrava,
Ouvia sussurros, roucos...
Sua pele, pálida, estava fria
Quase congelada.
Congelante...
Da janela, única companhia de tristeza
A tentava, dias e dias, convidativa.
Suas portas abertas, como um abraço
Nela se refletia...
Até que um dia
Caía... 
Caía.


Foto: Dirceu Garcia
Texto: Karina Belmont

3 comentários:

  1. Show de bola meu amigo!!! Quero participar e irei divulgar essa super idéia de blog!!
    Grande abraço,
    PH

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  2. Obrigada por ter escolhido meu texto! ;)
    Espero poder contribuir sempre mais.

    Kah

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