terça-feira, 3 de março de 2009

Íntimo




Ando por descalças ruas
Sob fria chuva de outono
Entregando-me ao abandono
Das lembranças que eram suas

Colhendo quimeras cruas
Em jardins vazios, sem dono
Bebendo dor do sulco ao pomo
Tatuando flor em pernas nuas

Suspiro aos sabores do vento
Palavras de prece sentida
Segredos por mim inconfessos

Gotejando o incansável lamento
Que trago na carne ferida
Da crua angústia dos versos

Um comentário:

  1. Tristezas geralmente são belíssimas, como esse soneto.
    Adorei!
    Quanto ao endereço de email que vc pediu:

    leila.lira@egs.com.br

    Beijo enorme!

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